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AFLIÇÕES

Meus filhos, que a ternura da Santíssima nos alcance os corações!

Quando Jesus salientou outrora: ‘no mundo tereis aflições‘, não lançava sobre a humanidade o estigma do sofrimento em bases de insegurança e inquietude.

Sua advertência justa afirmava sua profunda capacidade de interpretar o fenômeno da evolução num orbe ainda marcado pelo interesse pessoal – esse filho dileto do egoísmo.

Nesses dias correntes, a instabilidade alcança todos os lares do Brasil, mas esta onda de insatisfação e de inconformação apena reproduz as fontes do despotismo e do materialismo, consoante também ocorrera à época em que Jesus esteve conosco.

As aflições são próprias do progresso que, em nosso mundo sem fundamentos espirituais de vulto, fazem o papel do buril, em sentido moral, para retirar as arestas personalistas que enfeiam nossas almas.

A diversidade da dor se estampa no pobre de recursos materiais, por ausência da genuína consciência cidadã dos que governam, e igualmente está nos palácios da abundância material, onde medra, geralmente, a miséria moral…

Não sabemos, tantas vezes, quando nossa ação espiritual nos conduz à assistência entre esses dois polos materiais – a penúria e a opulência – que dor, ou que aflição, teria maior ou menor expressão, porque, se o pobrezinho expia seus devios pretéritos sob o látego da indiferença criminosa dos que gozam os bens transitórios e àquele carente trata por alimária sem importância, de revés, o inconsciente poderoso dessa circunstância é o infeliz instrumento do escândalo moral, que o remete ao delito infernal, dificílimo de ser vencido…

Aflições!… sem dúvida, são instrumentos de purificação para uns, libertando-os em formosos processos de iluminação íntima, tanto quanto são ferrolhos diabólicos, fazendo imergir a consciência criminosa e leviana nos dolorosos hades da expiação, em que o fogo do arrependimento tardio e a fumegação do remorso sem par igualmente operam a conversão do indivíduo às supremas e harmoniosas Leis de Deus!

Tenhamos, todos, bom ânimo e elejamos, no trato com os semelhantes – sejam eles quem sejam – os ensinos de misericórdia e bondade do Cristo, considerando que o jugo de Jesus é suave, promovendo o Bem que verte, puro, do excelso Pai!

BEZERRA DE MENEZES

(Mensagem psicografada pelo médium Wagner G. Paixão durante reunião pública do Grupo Espírita da Bênção, em Mário Campos, MG, no dia 28 de maio de 2018).