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No Dia dos Mortos

Meus irmãos espíritas: Deus nos abençoe a todos!

O simbolismo deste dia me toca a alma e suplico a Jesus conseguir, neste comunicado post-mortem, expor do modo mais claro e mais honesto possível, o que de há muito, desde meus dias de exílio e dor pelos hospitais terrenos, me desafia e me conscientiza, para que as mais santas conclusões e convicções me libertem dos grilhões materiais, entre personalismo e ideal, entre caprichos transitórios e amor…

Nossas experiências últimas, entre família, profissão e ideal espírita constituíram-me uma riqueza imensurável, pois, ainda que imperfeito e orgulhoso em diversos aspectos, colhi, por Bondade Divina, as lições de luz das quais me ressentia.

Digo-lhes, meus amigos, que o “fiat-lux” da alma em trânsito pelas reencarnações geralmente se dá após a desencarnação, quando a avalanche do que fizemos, pensamos e sentimos, nos sepulta em nós próprios, sem os álibis corriqueiros da esfera física!

Remontando, especificamente, à nossa posição de presidente da FEB e do Movimento Espírita que interessava ao mundo, declaro o quão trivial e pouco diligente me sinto, considerando que lutas intestinas e temores políticos me surrupiaram a força cristalina e intimorata que reconhecia no Codificador, para dar cabo das responsabilidades e investimentos doutrinário-evangélicos tão urgentes quanto importantes ao nosso planeta Terra…

Os sistemas e as disputas ordinárias das instituições costumam “cegar” e “anquilosar” os Espíritos ainda eivados de vícios e de hábitos perigosos, oriundos do passado… Nossas representações espíritas, embora inspiradas no exemplo de Allan Kardec, terminam por olvidar-lhe o heroísmo e a lucidez moral para, infelizmente, recobrar os arcaicos modelos religiosos ainda vigentes no Clero e mesmo na política elitista que insiste na divisão e na prevalência de privilégios ilusórios…

Compareço aqui, neste ambiente que no passado me recebeu com fraternidade e distinção, para reafirmar o valor espiritual de nossas conquistas em termos de união dos espíritas – seja em trabalhos doutrinários e de assistência moral ao mundo, como nas instituições que devem em tudo, se pautar pela transparência, pela fidelidade à Codificação e pela simplicidade de seus representantes e membros, a fim de que Jesus seja a flama insofismável e permanente da formosa Revelação, sem desvios e com pleno respeito às fontes primárias que nos ergueram perante a Humanidade!

Neste “Dia dos Mortos”, com júbilo e esperança, testifico perante todos, em lamento sincero, o quanto deixei de realizar e agir para que hoje, no Brasil e pelo mundo, a obra de Kardec e também a obra ímpar de Chico Xavier fulgurassem com a segurança e a fidelidade que merecem, sem quaisquer interferências ou distorções puramente humanas. Do Mundo Espiritual, neste dia simbólico e neste tempo de provação coletiva no Globo, declaro-lhes a superioridade e invencibilidade das Verdades reveladas por essas obras referidas, ainda que transitoriamente alguns se arvorem em reformadores ou anatematizadores de aspectos de seus conteúdos.

A sinceridade nos move o Espírito e suplicamos ao Senhor que os corações de boa vontade nos compreendam o intento, orando por nós que os consideramos por familiares na Seara do Consolador!

NESTOR JOÃO MASOTTI

(Mensagem psicografada pelo médium Wagner G. Paixão no dia 02 de novembro de 2020, durante reunião de trabalhadores na sede do Grupo Espírita da Bênção, em Mário Campos, MG, Brasil)